domingo, 22 de agosto de 2010

Cap. II - Bel Saboya no "Conte sua História no Menu!"

Como prometido aqui está o cap II da história da Bel. Para aqueles que chegaram agora explico. A Bel é um brasileira que mora em Bali, ela foi a grande inspiradora do quadro "Conte sua história no Menu", espero que curtam junto com a gente toda sua aventura.

Beijos!


A primeira sensação que tive ao desembarcar foi de que o ar de Bali  tem cheiro! E é de uma mistura de incenso, lírios e cigarro de cravo.  E como é quente!

Fizemos todos os procedimentos de desembarque e qual não foi a minha surpresa, minha bagagem não chegou. Como contava com essa possibilidade, levei na bagagem de mão uma troca de roupas e um biquini. O essencial para uma ilha. Estávamos ainda dentro do aeroporto, em um balcão, preenchendo um formulário sobre o extravio da bagagem, quando alguém se aproximou. Não dei muita importância, mas pude ouvir que era um brasileiro. Era o amigo do Reinaldo, um pouco impaciente devido ao atraso do vôo. Se cumprimentaram e trocaram algumas palavras. Eu estava entretida no tal preenchimento do formulário e não dei muita importância.

- Bel, esse é o amigo que te falei, o Felipe.
Só então levantei os olhos para cumprimentá-lo e fiquei desorientada. Nunca tinha visto olhos tão azuis! Eram duas bilhas enormes, quase transparentes de tão claros. Um pouco mais alto que eu, queimado de praia e uma voz agradável.

- Tudo bem?

- Tudo bem , um pouco cansada, sem bagagem, mas tudo bem.


Perguntei se ele conhecia um hotel chamado Bali Subak, na esperança de que fosse um hotel conhecido.


- Conheço! É perto da minha casa. Quer uma carona?


Era tudo o que eu queria! Ao sair do aeroporto a primeira surpresa: Os carros tem a direção do outro lado! Mão de trânsito à inglesa. No caminho para o hotel fui achando tudo lindo. Tudo muito diferente, colorido, exótico. Calçadas altas e ruas apertadas. O trânsito era caótico. As balinesas usavam umas roupas lindas! Os homens usavam sarongues! Parecia que eu estava de cabeça pra baixo, em outro mundo. E realmente estava!


Sentei-me ao lado do Felipe e fomos conversando. Ele tinha um sotaque gostoso, um jeito tímido e um bom papo.Tinha 29 anos e pareceu-me muito gentil. Disse que morava em Bali há três anos mas desde 1989 frequentava a ilha anualmente. Contou que o que o levou até Bali inicialmente foi o surf, mas depois veio a descobrir que a ilha oferecia muito mais além disso. Se tornou empresário do ramo de móveis e decoração, exportando para o Brasil. Sua empresa ficava em São Paulo, minha cidade.

Pude perceber que conhecia tudo, estava em casa e falava a língua local. Comecei a achá-lo muito interessante já nesse curto trajeto até meu hotel, mas não podia imaginar o que estava prestes a acontecer. Ainda no carro, ele disse:

- Daqui a três dias vai ter um feriadão aqui em Bali. O Nyepi. É o ano novo hindu. É um dia de silêncio absoluto e meditação. Ninguém pode sair às ruas, não se trabalha e nada funciona. Era isso mesmo então! Que loucura, pensei. Isso não existe em lugar nenhum do mundo!

- Eu e alguns amigos estamos organizando uma viagem para fora da ilha. Como todas as outras ilhas são muçulmanas, não se “comemora” esse feriado.

- Vocês vão pra onde? perguntei.
- Vamos para um lugar que eu ainda não conheco mas dizem que é maravilhoso. Gilli Trawangan.

- O quê??? Acho que gritei. Não pude acreditar naquilo. Era muita coincidência ou muita oração, não sei. Eles poderiam estar indo para qualquer outra das 17.500 ilhas, mas logo para aquela que fui determinada a conhecer? E continuou:

- Querem ir junto? Aindá dá tempo.

- Claro!

Chegamos ao hotel. Meu corpo estava exausto, mas minha mente em êxtase. Agradeci imensamente aos dois cavalheiros que acabara de conhecer. O Felipe me deu o telefone dele e combinamos de nos falar mais tarde. Tomei um banho bem longo e tentei descansar. Perdi a noção do tempo, devo ter dormido por algumas horas. Acordei com o telefone tocando. Era o Felipe. Disse que estava indo com o Reinaldo até um bar de um amigo que ficava na praia. Iriam tomar um drink e ver o por do sol. Perguntou se eu queria me juntar a eles ou se estava muito cansada e preferia descansar.

- Cansada? Não. Vou sim, onde fica?

- Eu te pego.


Fui super rápida e desci. Ele já estava me esperando. Dessa vez estava de moto. Não deu nem tempo de me ajeitar na garupa e chegamos ao bar. Achei engraçadíssimo. Ficava a menos de cem metros do hotel, poderia ter ido caminhando.Foi quando vi a praia – Kuta Beach. Não tinha nada de parecido com a Thailandia. Pelo contrário, a praia era imensa, a areia escura e a água turva. Confesso que fiquei desapontada.
O Reinaldo já estava na mesa com algumas pessoas. Eram franceses, italianos, ingleses. Parecia uma vitrine do mundo. Uns chegavam, outros saíam, e conheci nessa tarde alguns dos amigos brasileiros do Felipe, pessoas interessantíssimas. Fiquei espantada com a quantidade de brasileiros morando, trabalhando ou passeando por Bali. Chega a Patrícia. Baiana, engraçada e bastante falante. Moradora da ilha há vários anos. Ela também estava indo para Gilli Trawangan e ficou encarregada de comprar as passagens de avião para todos os que iriam nessa viagem. Dissemos – eu e o Reinaldo - que iríamos nos juntar ao grupo. Demos a ela o dinheiro para que comprasse nossa passagem também, e ela se foi.


Fui apresentada também nesse primeiro final de tarde em Kuta ao por do sol balinês. Um espetáculo digno de aplausos! Durante todo o tempo em que passei na ilha não perdi mais nenhum por do sol. O Felipe convidou eu e o Reinaldo para jantarmos. Fomos ao Goa, um restaurante com música maravilhosa, comida boa e novamente gente do mundo inteiro. Emendamos o jantar à uma esticada e fomos a uma boate chamada Double Six. Era um lugar aberto, na beira da praia, com música eletrônica, piscina e um bungee jump. O Felipe perguntou se eu gostaria de saltar. Respondi que não. Nunca! Essa também era uma das minhas certezas. Jamais saltaria de bungee jump! Ficamos a noite toda batendo papo e claro, a pergunta inevitável aconteceu:

- Cadê seu namorado? Não veio por que?


- Não tenho namorado.


O olhar dele se iluminou um pouco mais, como se isso fosse possível. Foi a minha vez de perguntar:


- E a sua? Você namora uma balinesa?

- Não! Os balineses não se misturam com estrangeiros. Estou esperando por uma brasileira. Alguém que seja especial!


Não tínhamos mais como esconder a atração que estávamos sentindo um pelo outro, mas tínhamos acabado de nos conhecer e seguramos a onda.

Foi um dia incrível! Intenso. Corrido. E foi só o primeiro dia. Já estava adorando a viagem!


A história continua amanhã...

Todo o crédito do texto é da própria Bel Saboya.
Izabel Saboya é consultora de turimo em Bali. Para maiores informação, acesse http://www.casabali.com.br/viagem_de_compras.html

Felipe Saboya é agente de compras e exportação de móveis e objetos da Indonésia. Para maiores informações acesse http://www.casabali.com.br/

3 comentários:

Fer disse...

Naoooooooooooooo cade o restoooooo???? Ahhhhhhh ta melhor que livro...Rsrs, posta logo please!!!!

solange oliveira disse...

ARE BABA!!!!! DAQUI A POUCO ESTOU SEM UNHAS DE TANTA ANSIEDADE.AH! CONCORDO COM A FER(DO COMENTARIO ANTERIOR) TÁ MELHOR Q LIVRO. BJS

Katia Bonfadini disse...

Estou adorando a história da Bel... interessantíssima!!!!!!! Parece que estou vendo um filme romântico! Bjs!

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