E a história continua...
Para aqueles que chegaram agora explico. A Bel é uma brasileira que mora em Bali, ela foi a grande inspiradora do quadro "Conte sua história no Menu", espero que curtam junto com a gente toda sua aventura.
Beijos!
Cheguei de volta ao hotel e me avisaram que tinha alguém me procurando. Já havia passado por lá duas vezes. Nisso chegam o Felipe e o Reinaldo:
- Que bom! Essa seria a última tentativa de te encontrar. Estamos indo para a praia em Uluwatu, vamos?
Me arrumei em um minuto e fomos os três. Já na saída do hotel nos deparamos com uma cerimônia hindu. Os balineses, homens, mulheres ecrianças, lindamente vestidos, levavam suas oferendas aos deuses. O trânsito todo parou para que eles pudessem passar. Fiquei arrepiada ao presenciar esse ritual e ficaria ainda muitas outras vezes, pois para meu deleite essa cerimônia acontecia quase que diariamente em algum lugar da ilha. Eu parava o que estivesse fazendo para, emocionada, assistir a esse cortejo.
Uluwatu é uma praia muito famosa pelas ondas perfeitas. Ideal para o surf. Chega-se por cima, pelo alto da falésia . Lá de cima dos “warungs” (espécie de barracas), tem-se uma vista impagável. Era muito lindo! Altas ondas e muitos surfistas dando um espetáculo para quem quisesse assistir. Para chegarmos na praia, depois de uma trilha, descemos por uma escadinha de madeira rudimentar entre as rochas e depois passamos por dentro de uma caverna. Valeu a pena! Era uma praia completamente diferente de Kuta. Areia branca e água clara, cavernas na areia e pouca gente. Dependendo da maré, formam-se piscinas na bancada de corais.
Eu e o Felipe nos sentamos em uma delas e conversamos durante horas sem ver o tempo passar. Ficamos a tarde toda por lá e quando subimos para ir embora, demos uma acelerada deixando o Reinaldo um pouco para trás.
Ao chegarmos no carro começamos a guardar as coisas. Estávamos bem perto um do outro e eu ofereci a ele um chiclete, enquanto colocava um na boca. O jeito tímido dele cedeu lugar a uma atitude mais ousada e ele me roubou um beijo. Fiquei desconcertada, mas adorei. Ali mesmo combinamos de jantar à noite. Dessa vez só nós dois. Enfim sós!
Fomos a um restaurante japonês e não contínhamos a vontade de nos beijar. Nos entregamos a um beijo longo e desejado. Me lembro como se fosse ontem que nessa hora a terra parou e foi como se não existisse mais ninguém, mais nada além das nossas bocas ali encaixadas. Foi delicioso e perturbador. Parecia que nos conhecíamos há vidas, tamanha a sintonia.
Terminado o jantar fomos para a casa dele. O clima estava esquentando e eu me sentindo estranhamente muito confortável. Sentia que aquele encontro seria especial. Lá pelas tantas ele perguntou:
- Vamos até o fim?
Achei tão bonitinho...
- Vamos até o fim!
Foi aí que aconteceu uma coisa que me deixou passada: Quando começamos a tirar nossas roupas, em meio a beijos, abraços e carícias, eu vi que ele tinha uma figura tatuada estratégicamente na virilha. Meu Deus! Um cavalo marinho!! Era como se ele tivesse vindo com um carimbo de identificação para que eu o reconhecesse em meio à multidão. Tive certeza de que seria especial. Já estávamos conectados. Dormimos e acordamos abraçados.
Era apenas o terceiro dia, mas já tinha visto e experimentado tantas coisas! A viagem já teria valido a pena se acabasse ali. Mas o melhor ainda estava por vir.
Já era o dia de embarcar para Gilli Trawangan. Fomos os três para o aeroporto e nos atrasamos um pouco. Era um desses aviões pequenos e só tinha mais um lugar no vôo. Não tivemos dúvida ao decidir quem ocuparia esse lugar: O Reinaldo! Eu e o Felipe iríamos no próximo vôo. Juntinhos.
Decidimos que no hotel ficaríamos no mesmo quarto. Os amigos dele não entenderiam nada quando nos vissem chegando e ficando juntos porque eles até então pensavam que eu era namorada do Reinaldo devido ao fato de termos chegado juntos. A Patrícia quando foi comprar as passagens não sabia meu nome e comprou em nome de Sra. Maldonado achando mesmo que eu fosse esposa do Reinaldo.
Lombok fica a apenas vinte e cinco minutos de vôo de Bali, mas em nada se parece com a ilha vizinha. Praticamente ninguém fala inglês. Por ser uma ilha muçulmana o clima que paira no ar é diferente. Até a vegetação e as feições do povo são diferentes. Para chegarmos a Trawangan tivemos que cruzar toda a ilha de Lombok de carro até um porto na outra extremidade, pegar um barco até outro porto e depois um barquinho até o paraíso. Nessa hora me dei conta de que se tivesse ido sozinha como imaginava, não teria chegado.
Chegamos à noite. Apenas no dia seguinte saberia se tudo o que falavam sobre o lugar era verdade. Era ainda melhor! Gilli Trawangan é uma ilha muito procurada por mergulhadores, por ter a água muito clara, a temperatura convidativa e uma riqueza de cores embaixo da água que fascina qualquer um.Fomos mergulhar de snorkel. Eu nunca tinha usado um. Mal conseguia afundar e não tinha a menor intimidade com o mar.
Fiquei boiando na superfície, contemplando estupefata a beleza do fundo de corais. A visibilidade era impressionante, bem como as cores, a quantidade de peixes e a paz do fundo do mar.
De repente levei um susto! Avistei bem lá no fundo, muito nitidamente, um “homem-peixe”! Era surreal. Ele mergulhava muito tranquilamente com movimentos lentos e suaves, absolutamente integrado àquele habitat. Era o Felipe! Eu nunca tinha visto algo tão belo, que me tocasse tanto. Foi uma cena sublime e nesse momento, no quarto dia, me apaixonei.
Houve um outro momento muito marcante nesse mergulho que foi quando encostamos nossas máscaras uma na outra, olho no olho, e nos jogamos de cabeça em um outro tipo de mergulho, muito mais profundo, para dentro dos olhos um do outro. Vi maravilhas dentro daquele olhar. Era tudo muito claro e entendi tudo. Vislumbrei que esse seria o amor da minha vida e então sucumbi a ele. Rápido assim. Intenso assim. Verdadeiro, enfim.
A partir desse dia criamos esse ritual de nos olharmos nos olhos e tentarmos ouvir o que nossas almas estavam querendo dizer. Passamos oito dias grudados nesse paraíso com muito mergulho e muito amor. Foram dias de azul intenso! Eu estava radiante, bronzeada e muito feliz.
De volta à Bali, o Felipe retornou ao trabalho e eu às minhas férias. Nos veríamos todos os finais de tarde até eu ir embora. E assim aconteceu. Ele foi a cada dia me apresentando uma faceta diferente e eu a cada dia ficando mais e mais enlouquecida por ele. Ele foi me mostrando Bali, me apresentando seus lugares favoritos e aos seus amigos mais queridos. Conheci com ele novos sabores.
Fizemos ainda uma outra viagem à Lombok, dessa vez para um outro lado da ilha, visitamos praias desertas e conheci toda aquela costa a bordo de um barco inflável. Muitas emoções!Fiz em vinte e cinco dias coisas que nunca havia feito na minha vida inteira. Uma dessas coisas foi voar de parapente no lado leste da ilha. Fiquei com muito medo mas também muito tranquila. A paisagem era deslumbrante, de tirar o fôlego e o piloto – o “homem-pássaro” – Felipe.
Outra novidade foi velejar de hobby cat. Fomos com outro casal e ganhamos deles a competição. O comandante – o “lobo do mar” – Felipe.
Joguei pela primeira vez squash, com o Felipe é claro, e no último dia, acreditem, BUNGEE JUMP!!!Saltamos abraçados! Fechei a viagem com chave de ouro branco e diamantes!
Embarcaria no dia seguinte já sabendo que aquela viagem seria um divisor de águas em minha vida.
A história continua amanhã...
Todo o crédito do texto é da própria Bel Saboya.
Izabel Saboya é consultora de turimo em Bali. Para maiores informação, acesse http://www.casabali.com.br/viagem_de_compras.html
Felipe Saboya é agente de compras e exportação de móveis e objetos da Indonésia. Para maiores informações acesse http://www.casabali.com.br/
Um comentário:
Que história envolvente!!!!!!! Que viagem fantástica e inesquecível... Vou ler o capítulo seguinte! Bjs!
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